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Como os Dados Digitais Estão Revolucionando a Tomada de Decisão em Compras?


A área de compras está passando por uma verdadeira revolução. Se antes era vista como uma função estritamente operacional, hoje assume um papel cada vez mais estratégico nas empresas — e boa parte dessa transformação tem como base o uso inteligente dos dados digitais.


Com o avanço da transformação digital, a tomada de decisão precisa deixar de ser baseada apenas em experiência ou intuição. Agora, os dados passaram a ser protagonistas.


Como destacou Anderson Argentoni, CEO da Jump, não basta apenas ter acesso aos dados: é essencial saber fazer as perguntas certas e extrair respostas claras e confiáveis.


Essa mudança de postura vem modificando o perfil dos profissionais de compras, que precisam cada vez mais entender de indicadores, ferramentas analíticas e, principalmente, saber interpretar os números dentro do contexto do negócio.

Tânia Gofredo
Tânia Gofredo

Entender e interpretar os dados, são essenciais para que o profissional de compras possa tomar a melhor decisão, ou, utilizar sua visão de negócios para fornecer suporte a diretoria corporativa para a tomada de decisões estratégicas, conforme afirmado por Tânia Gofredo, Economic Analysis Manager and Customer Service da GEP Costdrivers, durante o evento Café Meeting do Café com Comprador realizado em São Paulo.


Ruy Magalhães, vice-presidente do Grupo Café, reforça essa ideia ao afirmar que decisões mal embasadas podem comprometer toda a cadeia de suprimentos, os custos operacionais e até mesmo a imagem da empresa. Isso mostra como o uso estratégico de dados é vital para garantir eficiência, competitividade e sustentabilidade nas operações.


Essas reflexões foram aprofundadas técnicamente no podcast Jump Talk 36 – O poder dos

Thiago Jatobá
Thiago Jatobá

dados na tomada de decisão empresarial, em que o especialista Thiago Jatobá, Data Manager na Sul América, compartilha aprendizados valiosos de sua trajetória. Entre os principais pontos, ele destaca que a tecnologia, por mais avançada que seja, não resolve nada por si só. A prioridade sempre deve ser entender o problema do negócio, e só depois buscar a ferramenta mais adequada para solucioná-lo. Essa inversão de ordem é o que diferencia projetos bem-sucedidos de iniciativas que consomem recursos, mas não geram resultado.


Outro ponto importante destacado no episódio é o papel das habilidades comportamentais, os chamados soft skills. A capacidade de ouvir, de dialogar com outras áreas, de entender o real contexto por trás de um dado, é tão importante quanto dominar ferramentas ou linguagens de programação. Muitas vezes, o comprador ou analista tem acesso a todas as informações, mas não sabe como transformá-las em decisões concretas. É aí que entra a importância de desenvolver também o lado humano da análise de dados.


A cultura orientada por dados, ou data-driven, não surge espontaneamente. É necessário um esforço consciente para que toda a equipe de compras passe a usar os dados como apoio nas decisões do dia a dia. Isso significa criar rituais de análise, promover a capacitação da equipe e estimular o pensamento crítico.


Além disso, não se trata apenas de adotar tecnologias modernas como dashboards interativos, automação com RPA ou plataformas de inteligência artificial. O verdadeiro valor aparece quando essas ferramentas são usadas com propósito claro e alinhadas às necessidades reais da empresa.


Nesse processo de transformação, o comprador deixa de ser apenas um executor de pedidos e passa a atuar como um analista estratégico. Ele precisa entender os processos da empresa, conhecer os objetivos do negócio, dialogar com áreas como finanças, TI e logística, e buscar constantemente formas de agregar valor. Ter domínio sobre indicadores como lead time, desempenho de fornecedores, variações de preço e consumo por categoria torna-se essencial.


A governança de dados também ganha destaque. Com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as empresas precisam se preocupar com segurança, privacidade e conformidade. Vazamentos de informações estratégicas, como contratos e condições comerciais, podem representar grandes riscos. Por isso, pensar em governança desde o início de qualquer projeto é indispensável.


Outro ponto bastante debatido no podcast foi o hype em torno de tecnologias como inteligência artificial generativa. Embora essas ferramentas tenham grande potencial, muitas vezes a base de dados da empresa ainda não está madura o suficiente para sustentar esse tipo de aplicação. Jatobá explica que, antes de investir nessas soluções, é preciso analisar o nível de maturidade da organização e se a fundação está sólida. Caso contrário, a tecnologia pode até funcionar, mas não entregará valor real ao negócio.


Para quem deseja iniciar ou acelerar esse processo, uma dica prática é começar pequeno, definindo alguns indicadores estratégicos, promovendo conversas sobre dados com a equipe e testando hipóteses a partir de informações históricas. Pequenas ações como essas, feitas de forma consistente, já começam a moldar uma cultura mais analítica.


Anderson Argentoni
Anderson Argentoni

Como reforçou Anderson Argentoni no encerramento do episódio, os dados não servem apenas para medir. Eles existem para ajudar a decidir — e decidir certo é o que diferencia o comprador comum do profissional estratégico. A era digital está em plena velocidade e não há mais espaço para decisões feitas no escuro. O futuro da área de compras passa, inevitavelmente, pelo uso inteligente dos dados. E quem entender isso primeiro, sairá na frente.


Para aprofundar o tema, vale conferir o episódio completo do podcast Jump Talk 36, disponível no YouTube, onde os especialistas compartilham visões práticas sobre como usar os dados como motor da tomada de decisão nas empresas. A conversa é inspiradora, acessível e extremamente aplicável à realidade de quem vive o dia a dia do setor de compras.






Texto escrito por Ruy Magalhães


Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do Café com Comprador e de seus editores.

 
 

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