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O futuro das empresas com a transformação digital e o impacto em Compras



A transformação digital deixou de ser um diferencial competitivo e se tornou uma exigência fundamental para qualquer empresa que deseje sobreviver, crescer e inovar num cenário em constante mudança. Em um ambiente corporativo cada vez mais dinâmico, a tecnologia não apenas otimiza processos, mas também redefine a forma como negócios são conduzidos.


No coração dessa revolução está a área de Compras, um setor que tradicionalmente operava de forma burocrática, mas que agora ganha protagonismo estratégico. Esse reposicionamento tem sido impulsionado por líderes visionários como Vanessa Takaoka, Diretora de Transformação Digital na Ânima Educação, que compartilhou insights valiosos no episódio #26 do podcast Jump Talk, conduzido por Rafael Capua e Anderson Argentoni, fundadores da Jump — empresa referência em dados, inovação e tecnologia voltada à transformação digital corporativa.


Vanessa deixa claro que transformação digital não é sobre modismo ou simples aquisição de ferramentas. Trata-se de mudar a cultura organizacional, os processos e o mindset das pessoas. O impacto é profundo, e nenhuma área escapa, muito menos Compras, que tem se reinventado radicalmente.


Separei as cinco principais mudanças vividas no setor de compras, citados por mais de 25 heads de compras que foram entrevistados pelo Café com Comprador em 2023 e 2024, com exemplos práticos que ajudam a tangibilizar essa nova realidade.


Digitalização de Processos


A digitalização de processos é o primeiro passo da transformação digital. É quando a empresa deixa para trás fluxos manuais, papelada, e-mails com arquivos anexados, e adota soluções tecnológicas que integram e automatizam tarefas.


Bora para o exemplo prático?

Imagine uma empresa que ainda trabalha com requisições de compras via planilhas de Excel enviadas por e-mail. Isso gera retrabalho, atrasos e erros. Agora, com uma plataforma de e-procurement, como Mercado Eletrônico, Paradigma ou Nimbi, o processo é automatizado. O requisitante insere sua necessidade diretamente no sistema, que dispara o fluxo para aprovação automática, verifica o orçamento disponível e envia solicitações de cotação diretamente aos fornecedores cadastrados.


Essa digitalização traz agilidade, reduz custos operacionais, melhora o compliance e fornece visibilidade em tempo real sobre cada etapa do processo. A equipe de Compras deixa de ser apenas operacional e passa a atuar com foco em análise estratégica, graças à economia de tempo gerada pela automação.


Análise de Dados e Inteligência Artificial


Uma das grandes revoluções da transformação digital está na capacidade de analisar dados em larga escala e em tempo real. O uso de Business Intelligence (BI), Machine Learning e Inteligência Artificial (IA) transformou a maneira como os compradores tomam decisões.


Vamos ao exemplom na prática?

Suponha que uma empresa possua centenas de fornecedores ativos e esteja tentando identificar quais são os mais confiáveis. Com soluções de analytics, como o Power BI, é possível criar dashboards que cruzam dados de performance (entregas no prazo, qualidade, custo total de aquisição) e mostram quais fornecedores realmente agregam valor.


Além disso, ferramentas com IA, como o ChatGPT aplicado ao sourcing, podem sugerir alternativas de fornecedores, baseadas no histórico de compras, sazonalidade e até variações cambiais. A IA pode prever aumento de custos de insumos com base em tendências de mercado, permitindo ações proativas e não mais reativas.


A Jump, inclusive, é uma das empresas que utiliza dados como ponto central para desenvolver soluções personalizadas para tomada de decisão estratégica, inclusive em Compras, promovendo modelos preditivos e insights em tempo real.


Gestão de Risco e Sustentabilidade


À medida que as cadeias de suprimentos se tornaram mais complexas e globalizadas, a gestão de risco ganhou uma nova importância. A transformação digital trouxe ferramentas para mapear e mitigar riscos operacionais, financeiros, reputacionais e ambientais.


Bora para a prática?

Muitas empresas enfrentaram sérios problemas durante a pandemia da COVID-19 por não saberem a real dependência de fornecedores de uma única região da Ásia.


No aspecto da sustentabilidade, existem ferramentas digitais ajudam a avaliar a pegada de carbono dos produtos comprados, analisar políticas trabalhistas dos fornecedores e manter um histórico de conformidade com legislações ambientais. Empresas que adotam critérios ESG na homologação de fornecedores não apenas evitam crises reputacionais, mas também ganham vantagem competitiva no mercado.


Hoje, com plataformas de gestão de riscos, é possível mapear toda a cadeia, avaliar práticas de ESG dos fornecedores e até monitorar riscos geopolíticos ou climáticos em tempo real. Existem plataformas que não só qualificam fornecedores com pontuações, como deixam todas as documentações governamentais disponíveis em apenas um clique, estou falando de soluções como a Sertras e Linkana.


Compras Autônomas e Descentralizadas


A digitalização também permite modelos híbridos, nos quais unidades de negócio têm mais autonomia, mas sempre dentro de uma estrutura de governança e conformidade definida pelo time central de Compras. Isso agiliza processos e empodera áreas que antes dependiam de longos trâmites burocráticos.


Vanessa Takaoka no Jump Talk
Vanessa Takaoka no Jump Talk

Bora, mais exeplo prático:

Em uma empresa com várias filiais, é comum que cada unidade tenha demandas específicas e urgentes. Com uma plataforma de autoatendimento de compras, como a Amazon Business,, muito utilizada no mercado americano, incluisve tive a oportunidade de utilizar quando estava prestando conultoria para uma empresa na Índia, com esta solução os usuários podem fazer compras diretas dentro de um catálogo pré-aprovado, com orçamentos controlados por centro de custo. A matriz acompanha tudo por dashboards e garante que regras de compliance e limites financeiros sejam respeitados.


Esse modelo descentralizado, com governança digital, permite que a área de Compras atue de forma mais estratégica, dedicando-se a categorias mais relevantes, negociações complexas e projetos de savings estruturados.


Experiência e Colaboração com Fornecedores


A relação com fornecedores também foi impactada profundamente pela transformação digital. Hoje, não se trata apenas de negociar preço, trata-se de criar parcerias colaborativas e transparentes, e isso não é bla bla bla, ou conversinha fiada, o Comprador Estratégico já entendeu esta metodologia e opera exatamente desta forma, utilizando plataformas que permitem trocas constantes de informação, indicadores de performance e planos de melhoria contínua.


Chegou mais um exemplo prático fresquinho:

Empresas como a Unilever ou a Nestlé usam portais de fornecedores que permitem o acompanhamento em tempo real do pedido, agendamento de entregas, envio de notas fiscais, avaliação de desempenho e até capacitação dos fornecedores. Tudo isso melhora o relacionamento, aumenta a confiança mútua e reduz conflitos.


Além disso, o uso de blockchain para rastrear a origem de produtos (como cacau, café, algodão) tem sido cada vez mais comum. Essa rastreabilidade digital fortalece as práticas sustentáveis e reforça o compromisso com a responsabilidade social.


Na visão de Vanessa Takaoka, essa colaboração baseada em dados e transparência não é apenas um diferencial competitivo, é um valor fundamental da nova era dos negócios.


A conversa no Jump Talk #26 deixa claro: empresas que não embarcarem nessa jornada digital ficarão para trás. A transformação digital exige investimento em tecnologia, sim, mas exige, principalmente, uma mudança de mentalidade. Ela convida os profissionais a deixarem de lado o medo da inovação e abraçarem o aprendizado contínuo.


E a área de Compras, muitas vezes vista como conservadora, está provando que pode, e deve sim, liderar esse movimento. Porque onde há complexidade, há espaço para inteligência. Onde há repetição, há espaço para automação. E onde há dados, há uma nova oportunidade de fazer mais, melhor, e com propósito.


Portanto, se você é profissional da área de Compras ou ocupa uma posição estratégica na empresa, não deixe de conferir o conteúdo completo do episódio #26 do podcast Jump Talk. É uma verdadeira aula sobre o futuro que já começou, e sobre como você pode fazer parte dele agora.






Texto escrito por Ruy Magalhães


Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do Café com Comprador e de seus editores.


 
 

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